MammaPrint define melhor o prognóstico e o benefício da quimioterapia no tratamento curativo do câncer de mama

Fleck, J.F.: Conexão Anticâncer, 6(3):2015

O câncer de mama é o tipo de tumor maligno mais frequente nas mulheres. A mamografia, proporcionando diagnóstico mais precoce, aliada a quimioterapia adjuvante, tem aumentado significativamente o índice de curabilidade. Porém, nem todas as pacientes com câncer de mama necessitam de quimioterapia para melhorar suas chances de cura. Um teste constituído por 70 genes (MammaPrint) é capaz de antecipar o risco da doença micrometastática em pacientes com câncer de mama e axila negativa (No), identificando um grupo de prognóstico mais favorável. Este grupo denominado de baixo risco molecular é passível de cura, sem ter que se submeter aos para-efeitos da quimioterapia adjuvante.

Até recentemente, a evidência de sustentação para uso clínico do MammaPrint estava baseada apenas em avaliações retrospectivas. Os resultados do primeiro estudo prospectivo, denominado RASTER, foram publicados no International Journal of Cancer em 2013. O estudo, conduzido por pesquisadores do Netherlands Cancer Institute mostrou que o teste MammaPrint seria capaz de reduzir em até 32% a indicação de quimioterapia adjuvante em pacientes com axila negativa (No), previamente classificados como alto risco pelos critérios puramente clínicos e anatomopatológicos do adjuvant online (AOL).

Os resultados do estudo RASTER reforçam a utilidade da assinatura genética na avaliação prognóstica do câncer de mama após 5 anos de seguimento. Porém, como o benefício é avaliado em pacientes com estágios iniciais, é prudente observar os desfechos que irão ocorrer após dez anos de acompanhamento.

A comunidade científica, paralelamente, aguarda com ansiedade os resultados de um novo estudo denominado MINDACT. Este estudo, recentemente encerrou a inclusão de pacientes e compara prospectivamente o MammaPrint com o AOL quanto a acuidade na seleção de pacientes com câncer de mama para tratamento adjuvante com quimioterapia.


Referência:

C.A. Drukker, J.M. Bueno-de-Mesquita, V.P. Rete`l, W.H. van Harten, H. van Tinteren, J. Wesseling, R.M.H. Roumen, M. Knauer1, L.J. van ’t Veer, G.S. Sonke, E.J.T. Rutgers, M.J. van de Vijver and S.C. Linn: A prospective evaluation of a breast cancer prognosis signature in the observational RASTER study, international Journal of Cancer 133, 929–936, 2013