Ao completar 60 anos, fluorouracil tornou-se uma droga anticâncer muito eficiente e segura
Fleck, J.F.: Conexão Anticâncer, 22(1):2015
Foi em 1957 que Charles Heidelberger e colaboradores publicaram na revista Nature o artigo intitulado Fluorinated pyrimidines, a new class of tumor-inhibitory compounds, mostrando que 5-flourouracil (5FU) inibia o crescimento de tumores em camundongos. Ao longo do tempo, estudos clínicos sequenciais foram consolidando a eficácia do fluorouracil. Ainda hoje é uma droga fundamental no tratamento curativo de tumores do trato gastrintestinal, especialmente do carcinoma de cólon e reto. Os resultados terapêuticos foram melhorando com a administração de 5FU em infusão lenta, a modulação com ácido folínico e a incorporação de novas drogas, criando esquemas de tratamento conhecidos pelos acrônimos FOLFOX e FOLFIRI. Progressivamente, o conhecimento sobre o mecanismo de ação, resistência tumoral e variáveis de metabolismo foram sendo ampliados, tornando o 5FU uma das drogas mais seguras usadas em oncologia.
A segurança no uso de 5FU foi ampliada com a utilização de testes que avaliam a expressão da enzima diidropirimidina desidrogenase (DPD), responsável pelo término de sua ação antimetabólica. Existem pacientes que tem deficiência de DPD e isto representa um importante risco de toxicidade e até morte induzida por 5FU. Testes genéticos podem identificar estes pacientes, previamente ao tratamento. Atualmente, também existem testes bioquímicos mais simples capazes de identificar a deficiência de DPD. Estes testes são feitos em uma amostra de sangue. Os resultados são obtidos rapidamente, permitindo tratar os pacientes de acordo com sua habilidade de metabolização.
A história do 5FU é um belo exemplo de como a Medicina pode evoluir na melhora do índice terapêutico de uma droga, aumentando sua ação antitumoral e paralelamente reduzindo sua toxicidade.
Sem sombra de dúvidas uma excelente droga para o tratamento do câncer, além do baixo custo, o que permite sua ampla utilização. A possibilidade de analisar a deficiência da enzima DPD é um avanço que permite uma maior segurança na administração deste medicamento e controle de suas reações adversas.
sim duvida o dosagem do DPD é uma ferramenta para o trabalho diario de todo oncologista, pode salvar vidas um teste simple .
Meu marido faleceu após uma sessão internativa de quimioterapia. tinha deficiência de DPD. so foi diagnosticado tal deficiência quando já estava na UTI. Quando questionei o medico quanto ao exame preventivo ele disse que era genético e seia impraticável pois menos de 2% dos pacientes poderiam apresentar esse problema. preciso de respostas, pois a resp o medico do hospital amaral carvalho de jau vocês já sabem qual foi.
Hoje vivemos um contexto de desenvolvimento tecnológico e farmacêutico nunca antes imaginado. A explosão de imunoterapias e terapias alvo vem transformando a área da oncologia. Ainda assim, existem medicamentos que não perderam espaço para todas essas novidades, como o fluoracil, que recentemente completou mais de seis décadas de uso. Engana-se, contudo, quem pensa que ele é o mesmo desde o seu lançamento, uma vez que passou por uma série de mudanças até chegar ao que é hoje. Ele é mais seguro, mais rápido, mais bem conhecido e menos tóxico. E tudo isso com a vantagem de ter anos de experiência de uso pelos oncologistas clínicos.
Incrível como, mesmo em uma era de imensos esforços institucionais, pessoais, financeiros, na área farmacêutica, temos uma droga que, completando 60 anos, continua sendo de extrema importância no tratamento do câncer de cólon e reto, que são dos mais prevalente em nossa sociedade. Além disso, ao longo do tempo, se desenvolvendo maneiras mais seguras de utilizá-lo, como a triagem para expressão da enzima DPD, mostra como uma ferramenta "antiga" pode ser atualizada em favor dos pacientes anos e anos após seu lançamento. Portanto, apesar do grandioso avanço nas terapias anticâncer, principalmente no que diz respeito à imunoterapia, não devemos nos deixar levar pelo euforia do novo. Devemos analisar as melhores evidências, sendo elas o novo ou o antigo, e aplicá-las na nossa prática médica quando forem necessárias.
A medicina vem evoluindo, e a droga Fluoroaracil pode provar isso. Em 1957 Ela foi pela primeira vez publicada pela sua capacidade de inibir o crescimento de tumores em camundongos. Ao longo dos anos seu uso foi sendo aprimorado e, por intermédio de novos testes, está cada vez mais seguro. Dessa forma, ainda hoje é importante no tratamento curativo de tumores gastrointestinais.
Interessante perceber algo importantíssimo na caminhada da luta contra o câncer: uma droga que não só já vinha mostrando bons resultados, mas que agora é vista como uma das drogas mais seguras usadas em oncologia. Acredito que esse seja um dos principais objetivos que devemos alcançar com os atuais tratamentos para câncer: garantir tanto a eficácia do tratamento quanto a segurança do mesmo (impedindo, assim, efeitos adversos que possam vir a complicar ainda mais a vida do paciente).
A farmacologia tem se desenvolvido muito nos últimos anos, e a oncologia é uma das especialidades que mais se aproveita de tal progressão científica. A história do 5FU representa como o maior objetivo não é apenas criar novos fármacos, e sim, também evoluir os já existentes para novos usos, aumento de eficácia e diminuição de efeitos adversos. Essa tríade, para a oncologia, é essencial: mais paciente devem poder ser curados, mas não apenas tratar sua massa tumoral, como também diminuir seus sinais e sintomas. E quando tudo isso é possível com apenas um fármaco, estamos no caminho certo.
A medicina tem passado por um contínuo processo de evolução no tratamento do câncer, o que tem sido fundamental para melhorar a segurança e eficácia dos medicamentos utilizados. O surgimento de novas tecnologias, como a imunoterapia e os anticorpos monoclonais, têm contribuído significativamente para o avanço no combate à doença. No entanto, é importante ressaltar que os quimioterápicos clássicos ainda são fundamentais em muitos casos. Um exemplo disso é o 5-fluoracil, que apesar de ter mais de seis décadas de uso, ainda é uma opção importante para o tratamento de tumores do trato gastrointestinal.
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