Pacientes com câncer de próstata e risco intermediário favorável podem ser tratados com menos efeitos adversos
Fleck, JF: Conexão Anticâncer 11(12),2016
O câncer de próstata continua sendo o tipo de tumor mais incidente nos EUA com 220800 novos casos diagnosticados no ano de 2015. A mortalidade específica varia de acordo com a agressividade do tumor. Por esta razão, surgiram classificações de risco. O sistema de classificação de risco do National Comprehensive Cancer Network (NCCN) distribui os homens com câncer de próstata em cinco categorias de risco: Muito baixo, baixo, intermediário, alto e muito alto risco.
Estão enquadrados no grupo de risco intermediário do NCCN pacientes que apresentam pelo menos uma das três características: Tumor confinado à próstata envolvendo metade de um lobo ou menos (T2a) ou mais da metade de um lobo (T2b), Gleason 7 ou PSA de 10 – 20 ng/mL. Trata-se do grupo de risco mais prevalente e muito heterogêneo devido a uma reclassificação do escore Gleason pela International Society of Urological Pathology ocorrida em 2005. Muitos pacientes migraram do grupo de baixo risco para o grupo de risco intermediário, conduzindo a desfechos contraditórios. O índice de mortalidade por 1000 pessoas-ano varia de 10.8 para um Gleason 7 (3 + 4), chegando a 45.2 para um Gleason 7 (4 + 3), evidenciando a importância qualitativa das amostras. Em 2012, é proposta pelo Memorial Sloan Kettering Cancer Center uma reclassificação do risco intermediário para pacientes com câncer de próstata, sub-categorizando em Favorável e Desfavorável. Pacientes com prognóstico favorável teriam que apresentar apenas uma das características do risco intermediário da NCCN, ter Gleason 7 (3 + 4) e revelar menos de 50% de biópsias positivas. A reclassificação passou a ter não somente importância prognóstica, mas também terapêutica. Pacientes com risco intermediário favorável poderiam ser submetidos exclusivamente à radioterapia (RT), enquanto que os pacientes com risco intermediário desfavorável seriam melhor tratados com a associação de RT + Terapia de Deprivação Androgênica (TDA). A exclusão da TDA no risco intermediário favorável reduziria efeitos adversos como fogachos, ganho ponderal, osteoporose, perda da libido e vigor físico, particularmente em pacientes idosos com doença cardiovascular, dislipidemia e obesidade. A utilização exclusiva da RT neste grupo de pacientes é favorecida por novas técnicas de irradiação com intensidade modulada (IMRT) e escalonamento de doses (EDRT).
Este artigo lida com um elegante e sofisticado componente do raciocínio médico, no qual pacientes com câncer de próstata e risco intermediário favorável podem vir a ter seu tratamento customizado, baseado nas evidências atualmente disponíveis na literatura, reduzindo efeitos adversos, sem comprometer os desfechos. Um estudo clínico norte-americano RTOG 815 irá adicionalmente esclarecer estas importantes questões.
Bibliografia:
Serrano, NA; Anscher, MS: Favorable versus Unfavorable Intermediate Prostate Cancer: Review of the New Classification System and its Impact on Treatment Recommendations, Oncology March 15, 2016
O câncer de próstata ainda é um tumor de maior incidência nos EUA, Houve a necessidade de criar classificações de riscos, visto que a mortalidade dependia da agressividade do CA. Agora os pacientes são classificados entre cinco categorias de risco: Muito baixo, baixo, intermediário, alto e muito alto risco. Sendo que o grupo de risco intermediário é o mais prevalente e heterogêneo. Essa classificação ajuda tanto no prognóstico quanto na decisão de qual tratamento realizar, assim permitindo um atendimento mais específico e efetivo para cada caso.
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