A inaceitável taxa de letalidade observada no mundo
James Fleck, MD, PhD: Conexão Anticâncer 31 (03), 2021
O câncer cervical ou câncer do colo uterino é um tumor maligno que aparece nas células epiteliais do segmento inferior do útero (cervix) e está associado ao papilomavírus humano (HPV). Em todo o mundo, mais de 600.000 casos são diagnosticados, anualmente. Trata-se do quarto tumor maligno em incidência (ASR = 13,7) e mortalidade (ASR = 7,3). Na África, o câncer do colo uterino atinge a segunda posição no ranking de doenças malignas, assumindo uma taxa de incidência (ASR = 25,6) e taxa de mortalidade (ASR = 17,7) ainda maiores. Dados publicados pela Agência Internacional de Pesquisa sobre o Câncer (IARC), uma divisão da Organização Mundial da Saúde (WHO), nos dão uma ideia abrangente da magnitude do problema. A Tabela 1 mostra os dados epidemiológicos mais importantes do câncer de colo uterino nos cinco continentes.
Tabela 1: Dados epidemiológicos globais do câncer de colo uterino
Uma análise preliminar da Tabela 1 nos dá a impressão de que o câncer do colo uterino é um grande problema de saúde apenas na África, Ásia e América Latina, pois sua taxa de incidência e mortalidade na Europa e na América do Norte encontra-se acima da décima posição. No entanto, é necessário olhar além desses números para realmente compreender a magnitude global do problema. Tanto as taxas de incidência quanto de mortalidade indicam o número de casos por 100.000 habitantes. A Tabela 2 mostra as taxas de incidência e mortalidade do câncer do colo uterino nos cinco continentes. Os dados são expressos em Age-Standardized Rate (ASR), permitindo a comparação de populações heterogêneas, uma vez que a distribuição etária é bastante diferente nos cinco continentes, o que definitivamente influencia as taxas brutas de incidência e mortalidade. Ambos são parâmetros epidemiológicos muito importantes, mas insuficientes para expressar com clareza a gravidade da doença e o impacto das intervenções médicas que favorecem o diagnóstico precoce, bem como avanços no tratamento adjuvante.
Tabela 2: Incidência e mortalidade por câncer cervical, expressa em ASR nos cinco continentes
Vamos olhar para a taxa de letalidade (TL), que significa a proporção (%) de mulheres que morrem de câncer cervical sobre o número total de mulheres diagnosticadas com esta doença, em um ano. A Tabela 3 mostra a TL para todos os tipos de câncer, câncer feminino e câncer cervical nos cinco continentes. A magnitude das diferenças pode ser vista na figura 1. A figura mostra que a magnitude das diferenças nas TLs é menor no câncer cervical do que as observadas para todos os tipos de câncer ou para o câncer feminino, nos cinco continentes.
Tabela 3: TL para todos os tipos de câncer, câncer feminino e câncer cervical nos cinco continentes
Figura 1: Magnitude das diferenças
A alta TL para câncer cervical observada tanto na Europa (TL = 44,68) quanto na América do Norte (TL = 42,37) indica mulheres diagnosticadas em estágios mais avançados e/ou não submetidas à melhor abordagem curativa. Na verdade, as estatísticas de câncer dos EUA publicadas pela American Cancer Society em 2019 mostraram que 51% das mulheres foram diagnosticadas com câncer cervical avançado ou metastático. A Figura 2 ilustra a comparação entre os três parâmetros epidemiológicos nos cinco continentes. Os valores baixos de incidência e mortalidade na Europa e na América do Norte não são acompanhados por uma esperada baixa na taxa de letalidade do câncer cervical.
Figura 2: Incidência, mortalidade e taxa de letalidade (TL) do câncer cervical em cinco continentes
O câncer cervical é uma doença maligna que deveria ter sido extinta no mundo. O exame de Papanicolaou foi apresentado no livro Diagnóstico do Câncer Uterino pelo Esfregaço Vaginal publicado em 1943, de autoria de Georgios Nikolaou Papanikolaou e Herbert Frederick Traut, descrevendo uma técnica simples e reprodutível que permitia o diagnóstico precoce do câncer cervical. Desde 1950, todas as sociedades americanas de câncer uniram esforços na forte recomendação da citologia esfoliativa (teste de Papanicolaou) em todo o mundo. Posteriormente, na virada do século XXI, a hibridização de última geração para HPV foi usada no diagnóstico histológico de neoplasia intraepitelial cervical grau 2+ (NIC2 +), proporcionando um diagnóstico ainda mais precoce. A sensibilidade do Papanicolaou e do teste para HPV é de 55,4% e 94,6%, respectivamente. Por outro lado, o Papanicolaou tem uma especificidade de 96,8% em comparação com 94,1% para o teste de HPV. O valor preditivo negativo de ambos os testes é de 99%, o que leva a um diagnóstico muito preciso e precoce. Recentemente, pesquisadores da Divisão de Epidemiologia e Genética do Câncer, Instituto Nacional do Câncer, Bethesda, MD, EUA identificaram a inteligência artificial como uma aliada simples, universal e confiável para um rastreamento preciso do câncer cervical. Publicado em janeiro de 2019 no Journal of National Cancer Institute, um estudo longitudinal de base populacional validou o uso de imagens digitalizadas do colo uterino na identificação de lesões pré-malignas (NIC2 e NIC3), bem como de carcinoma in situ (CIS). Testado na população de mulheres de alto risco da Costa Rica, o novo método revelou uma acurácia maior (AUC = 0,91) quando comparado à citologia convencional do colo uterino (AUC = 0,71). Todos esses métodos de rastreamento já estão disponíveis, permitindo o diagnóstico precoce do câncer cervical e subsequentes intervenções apropriadas, levando a uma taxa de cura próxima a 100%. Portanto, a taxa de letalidade globalmente observada de mais de 40% é inaceitável. A falha em fornecer programas educacionais eficazes e a desigualdade social são as principais causas desse desastre universal na saúde.
Referências:
1. Global Cancer Observatory: International Agency for Research on Cancer and World Health Organization, 2020
2. Siegel R L, Miller K D and Jemal A: Cancer Statistics 2019, American Cancer Society, CA Cancer J Clin69: 7-34, 2019
3. Papanicolaou GN, Traut HF. "The diagnostic value of vaginal smears in carcinoma of the uterus". American Journal of Obstetrics and Gynecology, 42:193, 1941
4. Mayrand M H , Duarte-Franco E, Rodrigues I: Human Papillomavirus DNA versus Papanicolaou Screening Tests for Cervical Cancer, N Engl J Med 357:1579-1588, 2007
5. Liming Hu, David Bell, Sameer Antani, Zhiyun Xue, et al: An Observational Study of Deep Learning and Automated Evaluation of Cervical Images for Cancer Screening, JNCI Jan, 2019
Além das técnicas de screening mencionadas, destaca-se que a vacinação contra o HPV é uma estratégia eficaz para prevenção do desenvolvimento de câncer de colo uterino, especialmente quando aplicada antes do início da vida sexual em crianças de ambos os sexos. No Brasil, o Ministério da Saúde disponibiliza a vacinação gratuita de meninas de 9 a 14 anos e de meninos de 11 a 14 anos. A vacina utilizada é a quadrivalente, que protege contra os HPV tipos 6, 11, 16 e 18. Esses dois últimos são responsáveis por 70% dos cânceres cervicais e 90% dos cânceres anais.
É realmente uma realidade muito triste. Saber que existe uma forma de prevenir essa alta taxa de letalidade e que isso não é colocado em prática, é bastante desanimador. Esses dados evidenciam a necessidade de maior investimento e interesse nessa área, e de que existam programas que eduquem as mulheres acerca dessa doença e dos métodos preventivos e de rastreamento existentes, e quais são as suas indicações. E, apesar de ser uma realidade no mundo inteiro, percebe-se que os maiores valores, para os três indicadores observados (incidência, mortalidade e letalidade), se encontram na África, América Latina e Ásia, o que indica para a presença de fatores sociais e econômicos envolvidos.
Tendo em vista, todos meios diagnósticos precisos e eficazes disponíveis para detectar o Câncer Cervical em sua forma mais precoce, realmente essa taxa de mortalidade ainda presente é fruto na falha dos sistemas de saúde e programas governamentais ao redor do mundo de disponibilizar de forma igualitária esses testes diagnósticos para sua população. Além disso, falta de uma educação e divulgação sobre a possibilidade de realizar esses testes. Portanto, a presença de taxa de mortalidade é um retrato desigualdade social e falta de investimento econômico na área da saúde.
É realmente triste existirem taxas de mortalidade por câncer do colo do útero tão elevadas quando percebemos os inúmeros avanços da ciência mundial em encontrar os métodos hoje existentes para fazer o rastreamento dessa neoplasia. Ainda, é grave o fato de que em países como o Brasil, a inexistência de um programa eficaz que busque realizar o rastreamento de mulheres em idade indicada seja uma das principais barreiras para que haja a erradicação dessa doença, o que reforça o longo caminho que ainda deve ser percorrido para alterar esses dados a nível global.
O câncer de colo uterino ocupa o quarto lugar em incidência e o terceiro em mortalidade de mulheres e, mesmo em países onde sua incidência não é tão expressiva, exibe uma taxa de letalidade expressiva. Tais dados são inaceitáveis, haja vista a possibilidade de rastreamento e diagnóstico precoce, bem como profilaxia mediante utilização de vacinas. É urgente o treinamento de profissionais capacitados para realizar o rastreamento bem como desenvolvimento de políticas públicas para que deixem de ocorrer mortes perfeitamente evitáveis.
Apesar dos avanços no diagnóstico e no tratamento do câncer de colo uterino, os índices de letalidade ligados a ele permanecem altíssimos. Esse fato se intensifica conforme aumentam as desigualdades regionais. Assim, o editorial mostra como as descobertas científicas não são capazes de cura se não se reverterem na formação dos profissionais da saúde e na correção de disparidades.
É lamentável que diante dos enormes avanços obtidos ao longo da história relacionados ao rastreamento do câncer de colo uterino, tenhamos dados tão catastróficos. Tal neoplasia já conta com avanços suficientes para que tenha sido erradicada, contudo permanece presente em âmbito global, principalmente nas regiões da África, América Latina e Ásia. Logo, nota-se que a capacitação adequada de profissionais da saúde é primordial, pois precisamos de indivíduos que saibam fazer uso dos recursos disponíveis e que orientem os pacientes corretamente acerca do rastreamento desse câncer. Não se trata apenas de uma busca por melhorias nos indicadores, mas também pela sobrevivência.
Com o artigo, podemos perceber que apesar de todo avanço obtido nas últimas décadas, o câncer cervical é um retrato da negligência governamental em algumas áreas. Segundo dados, essa neoplasia, muito comum nas mulheres, já teria sido erradicada do planeta se fossem feitas políticas públicas de saúde eficazes, principalmente em algumas regiões como América Latina. Com isso, essa perpetuação de altos índices de mortalidade, por exemplo, nos indica que a medicina e cura de doenças não envolvem poucos aspectos, mas sim uma gama de áreas interligadas que, somadas irão contribuir para o avanço, principalmente prático da medicina.
O câncer da cérvice uterina é uma doença com incidência bastante elevada atualmente. Além disso, também representa a quarta neoplasia maligna no ranking de mortalidade em mulheres. Esses são números que poderiam e deveriam ser evitados, levando em conta a existência de protocolos de rastreamento da doença. O exame de papanicolau é apenas um exemplo de medida que podemos lançar mão visando o diagnóstico precoce. Felizmente, o Ministério da Saúde implementou, no Brasil, a vacinação contra HPV para crianças de 9 a 14 anos no calendário vacinal do SUS. Esta é uma medida que constitui importante avanço no contexto de erradicação da doença, embora seja necessária a integração de outros cuidados por parte das equipes de saúde, além de acesso universal de mulheres ao sistema de saúde.
É inadmissível a alta taxa de mortalidade de câncer de colo de útero. O rastreamento adequado por meio de citologia convencional ou ainda co-teste, com a citologia e o teste PCR de HPV é capaz de prevenir esses desfechos. Além disso, no Brasil o teste de Papanicolau é oferecido pelo SUS. Sendo assim, a mortalidade já deveria ter sido erradicada.
O câncer do colo do útero, atualmente, conta com técnicas de rastreamento avançadas para sua detecção precoce. Todavia, países de médio e baixo grau de desenvolvimento ainda mantêm elevados índices de mortalidade por essa neoplasia. A importância de um esforço conjunto na organização de programas de rastreamento em todo o mundo se faz necessário, bem como o treinamento de profissionais para reconhecimento e tratamento adequados dessa doença. Além disso, a prevenção primária por meio da educação sexual e da vacinação contra o HPV também são armas poderosas no combate a essa neoplasia.
Tendo em vista os métodos diagnósticos existentes e a possibilidade de um rastreamento eficiente, é inaceitável que o câncer de colo uterino tenha taxas de incidência e letalidade tão elevadas. Esse panorama é ainda mais lastimável visto que existem vacinas, como a do HPV, que previne um dos fatores etiológicos mais comum para o desenvolvimento de câncer. É necessário um esforço conjunto para por em prática os programas de rastreamento já desenvolvidos, de forma a reduzir essas taxas tão vergonhosas sobre o câncer de colo uterino.
É imprescindível o investimento em políticas de saúde, específicas, a cada população, e iniciativas voltadas à Educação de estratégias e medidas preventivas ao câncer cervical, respectivas à especificidade da população de interesse em intervir. Além do diagnóstico precoce de infecção pelo papilomavírus humano, faz-se importante monitoramento deste e outros fatores de risco associados ao câncer cervical mais relevantes a cada população, com o intuito de intervenção (preventiva ou curativa) específica e orientada. Observa-se nos atuais guidelines da literatura, orientações que infortunadamente não podem ser projetadas em populações diferentes (e.g. Canadá versus Somália), por questões de vulnerabilidade socioeconômica, culturais entre outras.
Além do Papanicolaou e o teste do HPV, que possibilitam um diagnóstico mais precoce do câncer cervical, destaca-se o uso da inteligência artifical não rastreamento da doença. Quando falamos de inteligência artificial para treinamento de modelos diagnósticos baseados em imagens, falamos de Deep Learning, uma técnica baseada na utilização de grandes bancos de imagem associada a modelos matemáticos que identificam padrões provavelmente não identificáveis até mesmo para um especialista da área. A utilização de Deep Learning para diagnósticos de melanomas também já se encontra em elevado patamar, possibilitando modelos de identificação com as maiores sensibilidades e especificadades.
É realmente lamentável que, apesar de todos os avanços tecnológicos descritos e da vacinação para o HPV, o câncer de colo uterino ainda tenha tamanho impacto. Acredito que as medidas de saúde pública necessárias para reverter essa situação enfrentem, entre outros problemas, o preconceito que envolve esse assunto da sexualidade feminina e a vergonha que dificulta a busca por atendimento. Além disso é muito importante ressaltar a necessidade da vacinação para o HPV mesmo na população masculina, que muitas vezes se opõe a essa medida por não estar sob perigo de desenvolver câncer cervical.
Assim como numa guerra, é necessário saber quais batalhas valem a pena serem lutadas. E definitivamente o combate ao câncer de colo uterino é uma delas, visto que atualmente dispomos de testes de screening amplamente disponíveis (CP), além de vacinação gratuita. Ademais, caso seja feito diagnóstico precoce, há uma ampla gama de possibilidades terapêuticas, com bons resultados curativos.
Técnicas para o rastreio de câncer de colo de útero são uma realidade há muitos anos. Contudo, o câncer cervical mantém altas taxas de mortalidade, principalmente, em países de médio e baixo grau de desenvolvimento. Tal situação é inaceitável, visto que o exame do Papanicolau e o teste para o HPV são exames de fácil realização e estão amplamente disponíveis no SUS. Nesse sentido, a realidade nos mostra que a simples oferta de recursos não é suficiente para combater essa neoplasia. É necessário que haja a realização de programas de rastreamento, bem como medidas de incentivo ao acompanhamento ginecológico. Certamente, num país onde o corpo da mulher, em diversos momentos, ainda é tabu, mudar o desfecho de pacientes com câncer de colo de útero vai muito além de modificar dados numéricos.
A alta prevalência de câncer cervical, bem como sua taxa de letalidade é um atestado de incompetência dos nossos sistemas de saúde a nível global. As condutas profiláticas e de diagnóstico precoce disponíveis - como vacina HPV e exame papanicolaou - tornam o câncer cervical uma patologia totalmente passível de prevenção, e deveriam garantir a extinção dessa doença que vergonhosamente continua levando mulheres a óbito no mundo todo.
O câncer cervical é de extrema relevância atualmente, especialmente considerando estar entre os cinco primeiros tipos de câncer responsáveis por mortalidade na mulher na América Latina. Sua alta letalidade também evidencia a importância do combate a esse tipo de câncer, com a necessidade de maior engajamento para a informação da população sobre medidas preventivas, como a vacinação, assim como o foco no diagnóstico precoce, de maneira a alterar esse infeliz número de taxa de letalidade global.
O câncer cervical pode ser rastreado pelo papanicolau e definitivamente isso reduz mortalidade, deve ser instituído conforme diretrizes de cada país, com um diagnóstico ainda mais precoce vamos poder visualizar o câncer em estágios não tão avançados, possibilitando ressecção ou cura comparado aos avançados. Também é possível contarmos com uso de imagens digitalizadas, dessa forma não é plausível termos uma letalidade global de 40%, se temos exames de rastreio que permitem levar uma taxa de cura de 100%, devemos nos atentar a capacitação de funcionários da saúde para seguir as diretrizes recomendadas e conscientizar a população sobre esses exames de rastreio, e também para sinais e sintomas sugestivos.
O exame de Papanicolaou foi apresentado no livro Diagnóstico do Câncer Uterino pelo Esfregaço Vaginal publicado em 1943. Ele é um exame simples e rápido que colhe células do colo do útero para análise em laboratório – seu principal objetivo é prevenir o CA de colo de útero. E a minha crítica é a tristeza em ler esses dados alarmantes em relação a diagnósticos/ano e mortalidade/ano de um tipo dos poucos tipos de câncer que há exame preventivo com alta taxa efectividade e com baixo custo beneficio não conseguir acabar com a "pandemia" de CA de colo de útero. Há necessidade urgente de atingir mais mulheres: com mais informação nas médias, maior alcance de zonas mais afastadas e maior sensibilidade do sistema governamental em organizar estratégias mais efetivas quanto ao preventivo básico feminino.
A preocupante taxa de letalidade observada no câncer de colo uterino é inaceitável, tendo em vista o expressivo número de novos casos que são diagnosticados mundialmente a cada ano. Assim, além da necessidade de iniciativas educativas destinadas a população geral acerca desse assunto, é necessária a criação de medidas que tornem o sistema de saúde mais proativo a fim de reduzir a letalidade desse problema, como a busca ativa do diagnóstico precoce de infecção pelo HPV.
É vergonhoso que mesmo com a existência de métodos de diagnóstico precoce muito precisos se perpetue essa alta incidência e mortalidade em muitos países. Nesse caso temos um exemplo de inoperância governamental pela falta de medidas que visem conscientizar nossa população sobre prevenção e rastreio desse tipo de câncer. É imprescindível que haja campanhas mais efetivas de vacinação e de incentivo ao exame de Papanicolau. Cabe, ainda, que escola estimule mais a propagação de informações sobre o tema. Esperamos que em um futuro não tão distante essa vergonha universal seja superada em todos os continentes.
O screening de câncer do colo uterino, parece estar sendo negligenciado por gestores e por parte das mulheres, por desconhecimento, inacessibilidade ou por descaso. A ampliação e o fortalecimento de políticas públicas, que visem a qualificação do atendimento em saúde (com a oferta equânime de exames para todas as mulheres elegíveis, a análise qualificada do material coletado e entrega de laudo em tempo concordante), e principalmente da educação sobre os cuidados com sua própria saúde, formam juntamente com a vacinação contra o HPV, o conjunto de ações realmente capazes de prevenir o câncer de colo uterino. Então, vamos trabalhar?
Este artigo aborda a questão do câncer cervical, destacando que é uma vergonha universal devido ao fato de que, mesmo sendo uma doença previsível e tratável, ainda causa um número significativo de mortes em todo o mundo. Também é crucial ressaltar a importância da vacinação contra o HPV, que é uma das principais causas do câncer cervical, e a realização regular de exames de Papanicolau como formas eficazes de prevenção e detecção precoce. Também devem ser destacadas as barreiras sociais, culturais e econômicas que impedem o acesso igualitário ao diagnóstico e tratamento adequado. O artigo conscientiza sobre a importância de combater essa doença e promover a equidade na saúde feminina.
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