Estudos iniciais com sonificação
Fleck, J.F.: Conexão Anticâncer, 14(12):2014
Há poucos anos atrás, os cientistas Edwards, Hines e Hunt da University of York Heslington descreveram uma nova técnica que permitia transformar as alterações visuais observadas em células do câncer de colo uterino em informações sonoras de alta especificidade diagnóstica. Esta técnica vem sendo conhecida com o nome de sonificação.
Mais recentemente, o Dr. Ryan Stables, pesquisador da School of Digital Media Technology at Birmingham City University amplia este conceito utilizando a sonificação para distinguir células mutantes de células normais em tumores do cérebro. Dr. Stable antevê que em um futuro próximo a sonificação possa ser usada para identificar outros tipos de tumores, mediante a criação de padrões sonoros de diagnóstico.
Adicionalmente, a sonificação poderia auxiliar na maior definição quanto as margens de segurança na ressecção de tumores malignos. No momento, esta certeza está baseada apenas na impressão visual do cirurgião. No futuro, uma sonda ligada a fones de ouvido poderia orientar ar margens de ressecção baseada em padrões auditivos.
A comparação dos padrões histopatológicos (aspecto visual dos arranjos celulares vistos ao microscópio) das diferentes formas de câncer com seus respectivos padrões sonoros poderia validar o método e até criar uma maior acuidade diagnóstica proporcionada pela associação de ambas as técnicas. Ganhando credibilidade a sonificação poderia até mesmo substituir as biópsias tornando o diagnóstico do câncer mais simples e rápido. Numa visão futurista, o médico poderia fazer o diagnóstico de câncer em tempo real, no consultório, em um exame rotineiro de check up.
Referências:
Alistair D. N. Edwards, Genevive Hines, Andy Hunt: Segmentation of Biological Cell Images for Sonification cisp, vol. 2, pp.128-132, 2008 Congress on Image and Signal Processing, Vol. 2, 2008
Domenico Vicinanza, Ryan Stables, Graeme Clemens: Assisted Differentiated Stem Cell Classification in Infrared Spectroscopy Using Auditory Feedback, The 20th International Conference on Auditory Display (ICAD–2014) June 22–25, 2014, New York, USA
Nada melhor do que o avanço tecnológico aliado a mentes brilhantes para o desenvolvimento de novas descobertas.
Que a tecnologia possa ser utilizada sempre à favor dos nossos pacientes! O que preocupa é o atual sistema de saúde brasileiro, que já inviabiliza exames comuns para o diagnóstico de doenças como o câncer. Dificuldade na marcação de consultas, exames, procedimentos... Ainda temos um longo caminho a precorrer para a implantação de novas tecnologias.
Avanços na área de diagnóstico do câncer, possibilitando procedimentos menos invasivos e com credibilidade é o que todos nós sonhamos. Que os pesquisadores continuem nesta busca...
Fico esperançosa com essa visão futurista no diagnóstico de câncer que esse artigo relata. Torçamos para que os pesquisadores consigam esse feito num futuro próximo para que possamos descobrir a doença de forma mais rápida e menos invasiva, no consultório mesmo, como citado no texto, proporcionando para o paciente mais chance de cura e melhor qualidade de vida. A respeito da maior definição quanto as margens de segurança na ressecção de tumores malignos seria extremamente científico, pois hoje isso fica a critério do cirurgião que baseia -se na sua experiência e impressão visual, o que em alguns casos não é o suficiente, submetendo os pacientes á riscos e novas intervenções. Que a tecnologia continue nos auxiliando na luta contra essa doença que, ainda hoje, nos intriga e nos deixa de mãos atadas em muitas de suas formas. Que possamos ao longo dos anos cada vez mais desmistificar e vencer ela, ou ele, o Imperador de todos os males.
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