Cães treinados conseguem diagnosticar câncer de próstata com 91% de acerto

Substâncias voláteis presentes na urina de pacientes com câncer de próstata são reconhecidas por cães farejadores

Fleck, J.F.: Conexão Anticâncer, 29(5):2015

Um cachorro pastor belga foi treinado com técnica de condicionamento operante a reconhecer o odor típico da urina de pacientes com câncer de próstata. Técnica semelhante já havia sido descrita para o reconhecimento de câncer de bexiga e mama.

O estudo foi conduzido por um grupo de investigadores franceses e publicado na revista médica European Urology. O período de treinamento do cão foi de 24 meses. Foram selecionados 66 pacientes com alteração no exame digital da próstata ou elevação do PSA, um teste que pode estar alterado tanto no câncer de próstata como na hiperplasia prostática benigna.  Todos os pacientes foram submetidos a biópsia da próstata e divididos em dois grupos: O primeiro contendo 33 pacientes com biópsia positiva para câncer de próstata e o segundo composto por 33 pacientes com biópsia negativa. O cão farejando a urina dos 33 pacientes com biópsia positiva conseguiu diagnosticar o câncer de próstata em 30 das amostras. O que foi ainda mais curioso é que em um dos casos em que a biópsia foi negativa, o cão não concordou com o resultado. O paciente foi, então, submetido a nova biópsia e o resultado foi positivo para câncer de próstata, confirmando o reconhecimento olfatório do cão.

O estudo sugere a existência de uma assinatura olfatória para o câncer de próstata, decorrente de compostos orgânicos voláteis desprendidos da urina destes pacientes. O isolamento e identificação destas substâncias podem vir a ser muito útil no rastreamento do câncer de próstata, a forma mais frequente de tumor maligno no homem.

 

Para saber mais informações a respeito dessa notícia, acesse:

Jean-Nicolas Cornu, Geraldine Cancel-Tassin, Valerie Ondet,  Caroline Girardet,  Olivier Cussenot: Olfactory Detection of Prostate Cancer by Dogs Sniffing Urine: A Step Forward in Early Diagnosis, European Urology 59: 197 – 201, 2011