O papel da inteligência artificial em oncologia

Fleck, JF: Conexão Anticâncer: 08(09), 2017

Watson foi o nome dado ao supercomputador lançado há três anos pela IBM para revolucionar o cuidado de pacientes com câncer. O vídeo descreve como o Watson funciona. Baseado na compilação de publicações científicas, o computador aponta para a melhor recomendação. Em 5 de setembro de 2017 o site STAT (statnews.com) faz uma análise crítica sobre a aplicabilidade do Watson. STAT provém da palavra latina statim, que significa imediatamente. A palavra foi introduzida no meio médico e científico por um professor de cirurgia em Dublin em 1875 denominado William Handsel Griffiths. Desde então, a palavra STAT vem sendo associada com o que é relevante, especialmente em ciências da saúde. Recentemente, John Henry, proprietário do Boston Global Media lançou uma publicação digital com o nome STAT reunindo jornalistas especializados em ciência, biotecnologia e Medicina. Trata-se de uma mídia vertical, que rapidamente vem atingindo toda a sociedade. Atualmente, o acesso a informação é universal porém a inteligência coletiva precisa ser modulada a partir de uma leitura competente, simples e imparcial. Abaixo está a referência de acesso a impressão do grupo STAT sobre o Watson.

Infelizmente, a expectativa de ciar uma inteligência artificial sempre foi frustrante. Na retaguarda da máquina existe uma dúzia de oncologistas do Sloan Kettering Memorial Hospital alimentando dados técnicos recentes e valorizando sua importância clínica. O Watson é mais uma ferramenta que se agrega aos diversos recursos multimídia de divulgação do conhecimento médico. Possivelmente será útil, porém a informação gerada terá que, inevitavelmente, passar pela avaliação crítica do médico assistente que irá julgar sua adequação. Os médicos precisam retomar rapidamente sua credibilidade na assistência individualizada de seus pacientes. É necessário que a sociedade volte a entender que a Medicina não se restringe ao domínio do conhecimento. Essencialmente, a Medicina é um exercício autêntico de técnica e sensibilidade na busca da melhor alternativa de tratamento para cada paciente. A despeito da máquina ter a habilidade de lidar melhor do que o homem com macro-informação, ela continua não sendo capaz de julgar. O fato do Watson ter vencido dois campeões do jogo Jeopardy da televisão norte-americana em 2011, não o qualifica para ser médico.

 

Referência:

Ross, C & Swetlitz, I: IBM pitched its Watson supercomputer as a revolution in cancer care. It’s nowhere close, statnews.com September 5th, 2017